domingo, 25 de outubro de 2009

Abismo Sem Fim.

Sabia que meu mundo havia virado de cabeça para baixo e naquele momento esse fato só se concretizava com mais força em meu coração abalado. Às coisas já vinham desmoronando há um certo tempo, mas com o passar dos dias elas passaram a desmoronar mais e mais de tal ponto que hoje me encontro aqui. Em meu abismo particular.
Sentia o chão abaixo dos meus pés se abrindo e podia saber que a profundidade daquele abismo era sem fim, sabia que se me deixasse cair eu nunca mais voltaria. Respirei fundo e abaixei minha cabeça. Deixei meus olhos focarem na profundidade a minha frente e deixei meu coração, já cansado de tanta dor, se espatifar novamente a procura de ajuda, de alguém para salvá-lo daqui. E ele se espatifou novamente porque sua busca repleta de uma esperança contida foi em vão. Não havia ninguém. Nunca havia ninguém e essa era a verdadeira realidade. O coração já cansado, já fraquejando, já dolorido e com a pequena esperança já morta, começou a desacelerar, começou a querer parar de bater, começou a querer a amenizar aquela dor cruel que se instalara nele sem pedir liscença. E estava conseguindo. Estava conseguindo porque começou a andar rumo ao abismo.

Por quê você não luta?
Por quê você é forte o bastante para vencer a dor?

Simplesmente se jogou. Deixou-se cair rumo a escuridão. Deixou-se cair rumo a solidão sem fim, a dor sem fim.
Deixou-se cair em seu abismo sem fim.

Será que poderia, de algum modo, haver uma volta?

sábado, 17 de outubro de 2009

Perdão.

Pela primeira vez, sinto que tenho que começar esse texto com um pedido.
Por favor, me desculpe.
Me desculpe por tudo o que eu ando fazendo. Se eu ao menos pudesse escutar as palavras saindo de sua boca, me dizendo que sim, que você me desculpa, as coisas se tornariam fáceis demais para mim. Eu passaria a me sentir mais leve.

Por favor, me desculpe.
Me desculpe por começar a esquecer seu rosto.
Me desculpe por ser tão fraca, tão egoísta, a ponto de esquecer as palavrass ditas, as juras de amor feitas, vezes sim, vezes não, no silêncio de um olhar.
Me desculpe por começar a esquecer a sensação de ter seus lábios colados aos meus, por esquecer o gosto do seu beijo, por esquecer a forma como você sussurrava meu nome em meu ouvido.
Me desculpe, por começar a esquecer a sensação de seus braços ao redor de mim, por começar a esquecer a sensação de proteção que eu sentia somente por estar em seus braços.

Por último, gostaria de pedir perdão. O perdão mais doloroso que eu já pedi na vida, o perdão mais egoísta e mesquinho que eu já pedi na vida.
Peço perdão a você por começar a deixar de te amar.
Por começar a esquecer o motivo que me fez amar você.

Não custa nada sonhar.
Mas nesse caso, isso custa o meu coração. O meu coração inteiro, ou então despedaçado.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

"Meus ontens estão desaparecendo e meus amanhãs estão incertos. Então, para que eu vivo? Vivo para cada dia. Vivo o presente. Num amanhã próximo, esquecerei que estive aqui diante de vocês e que fiz este discurso. Mas o simples fato de eu vir a esquecê-lo num amanhã qualquer não significa que hoje eu não tenha vivido cada segundo dele. Esquecerei o hoje, mas isso não significa que o hoje não tem importância."


(Para Sempre Alice - Lisa Genova)


"Quando não há mais certezas possíceis, só o amor sabe o que é verdade."

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Tentar.

Ela era uma garota incrível. Mas não sabia disso.
Ela tinha um coração enorme. Mas não sabia disso.

Abriu a mochila e nela colocou duas camisetas, uma calça jeans e um casaco. Alguns pacotes de biscoito para matar a fome. Todas as suas economias para caso de emergência. Havia se decidido depois de muito pensar e refletir. Havia se decidido e agora uma coragem tomava conta de sí, era como uma corrente elétrica passando por suas veias. Colocou a mochila nos ombros, abriu a janela e pulou. Começou a andar rapidamente, antes que sua coragem fosse desaparecendo e o medo e estrangulasse. Sabia que se olhasse para trás não seguiria em frente e fazia o máximo para não olhar. Não havia se despedido de ninguém. Somente uma carta e alguns agradecimentos. Nada mais. Nem um "Eu te amo.". Quanto menos sentimental melhor. A essa altura já alcançava a esquina de sua rua. Não conseguiu se deter e olhou para trás. Suspirou e voltou a caminhar. Voltou a caminhar, para o lugar de onde tentara fugir. Não conseguia, não tinha coragem. Teve medo. E então, voltou.
Não poderia deixar sua casa, seus pais, amigos e ele.
Era ele que a mentinha naquele lugar, era ele quem lhe dava base, que tornava-a estável.
E sem ele, nada tinha sentido.
Pelo menos, naqueles tempos.

O Incompreendido Solitário.

Era um mundo decadente, onde a hipocrisia reinava e o egoísmo dominava.
Sentado em sua cama, ele olhou para a mochila em sua frente e suspirou. Se ao menos tivesse coragem... Estava cansado daquelas pessoas. Estava cansado daquela vida. Estava cansado das críticas, das piadas, daquela vida. Sonhava com um lugar melhor, com pessoas melhores, com um mundo, onde ser do jeito que era não significasse nada de mais. Sonhava com um mundo, onde seria aceito pelo que era e fazia.
Olhou para seu bloco de folhas e sua caneta, despositados em cima da mesinha de cabeceira, seus fiéis companheiros. Suspirou. Levantou-se. Pegou o papel e caneta e começou a escrever. Naquelas simples folhas brancas, podia se expressar da forma que quisesse. Podia escrever sobre ódio, amor, traição... amizade. Se ao menos soubesse o significado de uma verdadeira amizade. Mas novamente, se deixou cair no profundo abismo que era a sua dor. Sua dor por ser e estar sozinho, por querer chorar mas só poder fazer isso escondido, por querer ser reconhecido e amado e em troca ser pisoteado e humilhado. "Bando de hipócritas." Pensou sentindo uma lágrima escorrendo por sua face. Se ao menos tivesse alguém, nem que fosse somente uma pessoa, mas um amigo de verdade, que secasse suas lágrimas, que o abraçasse quando preciso. Olhou novamente para a mochila já equipada e deixou seu bloco e caneta de lado. Suspirou e se levantou. Ele era um incompreendido. Um incompreendido solitário. Pegou a mochila a começou a tirar as coisas que lá dentro estavam e recolocou-as em seus devidos lugares. Nunca fugiria. Nunca mudaria. Se nunca seria capaz daquilo, por que alimentar tantas esperanças? Era mais fácil ser realista e solitário, do que um sonhador frustrado.
Olhou pela janela, deixando-se levar por um devaneio. O devaneio de uma vida melhor.






Esse texto foi inspirado em um colega de turma, um Incompreendido Solitário. Não que ele seja assim, mas essas é a visão que eu tenho dele, como se, ele gritasse isso com seus olhos, mas ninguém conseguisse enxergar. Obrigado por me inspirar, G.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Coração Despedaçado + Frustração + Querer

Ficou frustrada com mais uma tentativa fracassada. Quando tomaria coragem? Não fazia idéia. Queria sair na chuva, deixar que as gotas frias e úmidas caíssem sobre sí para tentar acalmar as chamas dentro de sí. Era a mesma sensação de sempre. Chamas, coração apertado, vontade de sumir. Queria gritar, queria pular, queria viver. Naqueles tempos decadentes sabia que era impossível fazer todas essas coisas sem ser criticada. Mas ela queria. Queria principalmente começar de novo. Queria reaprender com seus erros, queria se apaixonar novamente, queria passar pelas mesmas situações novamentes, de modo que cada atitude determinasse um novo fim. Queria acabar com o constante sentimento frustrante. Queria amenizar a dor. Queria voltar a não se preocupar com coisas inúteis como se preocupa e substituir essas preocupações por sorrisos. Queria sorrir como antes. Não de modo forçado, mas sim de modo sincero. Queria acabar com o sentimento de derrota, de redenção, de fim. Queria lutar como sempre lutou e ganhar. Era a única coisa que a interessava: queria ganhar dos monstros que agora habiatavam seu coração que a cada nova batida sangrava.
Queria vencer. Queria acabar com a derrota. Queria acabar com as chamas.
Saiu para a chuva e deixou a água gelada encontrar seu corpo quente. Deixou a chuva apagar as chamas. Se permitiu esquecer a dor, o coração despedaçado e por um momento, acreditar que as coisas poderia sim dar certo.
Se permitiu acreditar. E isso, já era um começo.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Descobri que estava apaixonada por ele.
Por ele. Meu melhor amigo.

Ele, é a pessoa mais meiga, educada, gentil e carinhosa que eu conheço.
Digno de confiança.
Sempre quando eu falo com ele meu coração dá pulos de alegria, meus olhos brilham, minhas mãos ficam suando e eu sinto as tão famosas borboletas no estômago.
Ele não é feio e nem é bonito.
Não é alto e nem baixo.
Não é gordo e nem magro.
Ele é confuso e não é.

Ele e o meu amor.
Ele é imperfeito e é essa imperfeição que me faz ficar apaixonada por ele, porque, isso o torna tão humano, tão digno de erros, que me faz ter certeza de que ele é real e não um sonho.
Ele é o meu amor.
Sempre e para sempre!